Pescadores no asfalto

Hoje estou inquieta. Reclamei do sol durante o dia até que começou a chover, e não foi pouco: ruas alagadas por aqui. Ainda assim, meio preocupada, fui (na chuva) para a minha aula de teatro, como faço toda terça-feira. Qual não foi minha surpresa ao perceber que parte da rua que eu uso pra chegar até o colégio estava sob as águas, e ainda por cima meu professor de teatro pescou um... peixe. Isso mesmo, lutando pra sobreviver nos 2 palmos de água sobre o asfalto, nadavam alguns inocentes peixinhos (alguns atropelados). Resultado: a turma de teatro ganhou um novo mascote, que mesmo fora d'agua alguns minutos conseguiu resistir e ficou em uma procarionte e não muito espaçosa... garrafa pet (devidamente cortada) pelo resto da aula. O que me fez pensar: quantas vezes, sem perceber, não estamos simplesmente nadando no asfalto? Esperando que a chuva pare e fiquemos sufocados, ou que sejamos atropelados por um motorista despreocupado, ou que alguém nos tire de lá e nos leve para o conforto de um aquário. Eu já, várias vezes, vocês eu não sei. Bom, pelo menos cheguei sã, salva (e molhada de chuva) no meu humilde aquário. Boa noite pra vocês.

(Eu não sou uma) Escritora Brilhante

Bom. Nadedja vai. Quem sou eu? Do ponto de vista científico sou um ser vivo racional, logo, um ser humano. Do ponto de vista biológico sou um organismo vivo. Do ponto de vista psicológico sou alguém que tem limitação a expressar o que sente e fazer com que sua voz seja ouvida. Mas ainda posso fazer com que meus textos sejam lidos, mesmo que talvez não sirvam de coisa alguma (tanto pra mim quanto pra quem os lê), sem dizer quem eu sou. Sou Nadedja Caetano Calado, carioca e capixaba, uma garota tão parecida com você que você se surpreenderia se soubesse. Independentemente do meu nome, minha naturalidade, meu estilo, meu RG e minha idade e meu sexo. Todos nós que temos blogs pra expressar o que precisamos, temos um quê semelhante. O que é eu não sei, mas tenho certeza de que vão concordar comigo. Nadedja vai.